Um dia em cada dia

Neste video, captado pelo drone da Mossy Earth (ainda em fase de aprendizagem de uso da ferramenta) podemos ver a área em que a Montis promoveu um fogo controlado em Fevereiro (o video é de Setembro, portanto, sete meses depois), do lado direito em baixo, e uma área em que não temos intenção de intervir tão cedo, do lado esquerdo em cima, sendo-nos mais ou menos indiferente que arda ou não em fogos de Verão (a probabilidade de isso acontecer diminuiu por fazermos o fogo controlado a Leste, mas não desapareceu).
O fundamental é o que ainda não se vê neste video e está hoje, Sábado, 7 de Outubro, a acontecer no terreno: gente que faz, que pensa na conservação com a cabeça dos dedos das mãos.
O fogo que fizemos é apenas um instrumento de abertura de oportunidades de gestão, estamos a tratar da autorização de um segundo fogo ainda este ano, e um terceiro fogo controlado será feito no Outono do ano que vem, levando a que 50 a 60% (faltam pormenores que podem dar origem a uma percentagem relativamente menor) da propriedade seja percorrida por fogos controlados, abrindo-a à gestão.
Hoje, quer o grupo do V.oU, quer o grupo da MAPFRE, que nos chegou via Plantar 1 árvore, estão empenhados em tarefas diferentes, por tempos diferentes (a MAPFRE numa intervenção de mais curta duração, o V.oU numa intervenção de quatro dias para parte do grupo, e de dois dias para outra parte), ora a apanhar bolota, ora a semeá-las, ora a podar os cavalhos que estão a recuperar depois do fogo controlado, para aumentar rapidamente a sua altura e separar a sua copa dos combustíveis junto ao solo, ora a melhorar as intervenções de engenharia natural que permitem o controlo torrencial e a acumulação de solo, criando condições para uma recuperação mais rápida da vegetação ribeirinha, ora apoiando a regeneração natural do pinhal numa pequena área, ora melhorando os acessos que permitam ir ver, pensar, discutir resultados, e reforçar a gestão e o retorno social daquela área que estava ao abandono.
Tudo o que fazemos pode estar errado e falhar os objectivos, mas estamos convencidos de que a nossa obrigação é tentar, o melhor que sabemos e podemos, aprender com os falhanços e voltar a tentar.
E a verdade é que até agora não temos razões para deixar de estar satisfeitos com os resultados que já existem, ou que se podem admitir que venham a existir a partir dos indícios que temos.
Venham mais cinco, tragam outro amigo também, se não for com uma enxada, que seja com os olhos, ou a cabeça, tanto faz, há tanto para fazer que tudo o que vier a mais é bem vindo.

Comentários